Teoricamente moradores de rua não fazem parte da sociedade,pois não movimentam a economia; na prática não é diferente pois essas pessoas são os "invisíveis" das cidades.
Alguns dias atrás, voltando da universidade após uma das provas semestrais, avistei um homem mais adiante,era um morador de rua,vi aproximadamente 5 pessoas passarem por ele e continuarem caminhando sem ao menos olhar para o lado e responder ao homem que com elas falava,agiam como se ele não estivesse ali, mesmo o homem não apresentando nenhuma característica ou gesto que pudesse ameaçar alguém,carregava nas mãos apenas as poucas coisas que possuia : alguns cobertores e sacolas.
Quando passei pelo homem ele também me dirigiu a palavra,pedia alguma ajuda pois estava faminto,eu não costumo dar esmolas para moradores de rua, muitos a utilizam para usar drogas, mas eu vi sinceridade nos olhos daquele homem, só não o ajudei pois só tinha nos bolsos um lápis,uma borracha,uma caneta e meu bilhete único, mas continuei falando com o homem e ele comigo,ele me agradeceu pelo simples fato de ter falado com ele,que eu continuasse assim,pois a simplicidade era o primeiro passo para quem quer crescer na vida;eu lhe respondi que quem gosta de ser bem tratado e ouvido deve também começar fazendo isso pelo próximo,seja ele quem for,e que nunca sabemos o que acontecerá amanhã nem aonde estaremos daqui a alguns anos.
As pessoas escrevem e falam sobre a fome no oriente (principalmente na África), do descaso ,da miséria  e das doenças do qual essas pessoas padecem,mas se esquecem de ver a miséria que está ao seu lado,bem embaixo dos arrebitados narizes.Ignoram seres humanos que muitas vezes só precisam de uma oportunidade ou de um gesto,de atenção como qualquer outro indivíduo.Pessoas com sentimentos e capacidade,que também pensam,que também amam,que também choram,que também sentem fome e que também sofrem o peso da discriminação social.